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Museus de Ciências: uma proposta de ensino conectando a escola a espaços não-formais

Ensinar ciências não é simplesmente repassar conhecimento para os alunos, esperando que os mesmos dominem os assuntos através da memorização e utilização de fórmulas matemáticas. Os professores precisam, além de dominar os conteúdos, saber ensiná-los de forma diferenciada, refletindo sobre o que deve ser ensinado, de que forma deve-se ordenar os assuntos a serem abordados e quais as melhores alternativas para chegar a uma atividade prática e contextualizada. (VIEIRA; BIANCONI; DIAS; 2005)


A educação formal se dá em ambientes escolares, em que o aluno segue um programa proposto. Por outro lado, na educação não formal, que acontece fora do ambiente escolar, a aprendizagem ocorre através da interação dos estudantes com outros espaços, podendo acontecer em locais distintos como eventos científicos, usinas hidrelétricas, museus e centros tecnológicos, ou no ambiente familiar.


Em vários trabalhos enfatiza-se a importância dos museus, bem como, a evolução do seu perfil como um espaço para produção de saberes (MARANDINO, 2004; MARANDINO; IANELLI, 2012; BIZERRA; MARANDINO, 2009; GASPAR, 1993). De acordo com Gaspar, “[…] os Museus de Ciências tendem a se tornar não só um lugar onde as pessoas têm um encontro com as conquistas passadas da humanidade, mas também com a realidade dos dias atuais, e, sobretudo com as perspectivas do mundo futuro”. (GASPAR, 1993, p. 17). A interação dos estudantes com estes espaços tornou-se uma alternativa para os professores que pretendem diversificar a abordagem dos assuntos discutidos em sala de aula. Marandino afirma que “[…] uma das tendências atuais do trabalho dos Museus é caracterizar o perfil deste espaço, na perspectiva de que este seja mais do que um complemento da escola”. (MARANDINO, 2001, p. 89).


Os museus são espaços privilegiados de aprendizagem coletiva por promoverem a curiosidade dos estudantes, motivando e despertando o interesse dos mesmos pelos conteúdos a serem abordados em sala de aula, fazendo com que os assuntos se tornem mais dinâmicos. As visitas contribuem para que os estudantes percebam as diferentes formas de articulação entre os temas. Mas, para que isto ocorra de forma satisfatória, é necessário que o professor saiba aproveitar a oportunidade para interligar a visita ao museu com a dinâmica da sala de aula. Para Marandino

[..] museus e escolas são espaços sociais que possuem histórias, linguagens, propostas educativas e pedagogias próprias. Socialmente são espaços que se interpenetram e se completam mutuamente e ambos são imprescindíveis para a formação do cidadão cientificamente alfabetizado (MARANDINO, 2001, p. 98).

Destaca-se o trabalho de Marandino (2001), que faz uma relação entre o museu e a escola, a partir da realização de uma atividade pedagógica com uma turma do ensino fundamental, através de uma visita ao Museu de Ciências na cidade do Rio de Janeiro. A autora considerou fundamental para a discussão: A relação dos alunos com o espaço físico do museu; a relação entre o currículo formal e os espaços não formais e o tema da aprendizagem nesses espaços. Marandino (2001) afirma que “[…] na condição de professor, durante a visita, procuramos estar próximos dos alunos orientando-os quando era solicitado, incentivando a exploração de alguns modelos e espaços e organizando os grupos para que eles pudessem aproveitar ao máximo a visita.” (MARANDINO, 2001, p. 92).

Neste trabalho foi elaborada uma proposta de ensino para professores do ensino médio que pretendem visitar um Museu de Ciências com seus alunos. Assim, o produto educacional, um roteiro de atividades para o ensino de Óptica geométrica, tem como objetivo orientar os professores a relacionar os equipamentos e experimentos observados durante a visita ao Museu de Ciências com os temas abordados em sala de aula antes e após a visita, dando continuidade ao processo de ensino e aprendizagem, que também está presente nos museus (FIGUEROA; MARANDINO, 2009).

O professor que conduz seus alunos aos espaços não formais com a perspectiva de apenas sair da rotina, não cria uma relação do espaço com a teoria em sala de aula, não reflete sobre a sua prática e, portanto, não atinge um resultado satisfatório. Ao conduzir os estudantes a espaços não formais, podem-se encontrar as mesmas dificuldades e desafios da sala de aula, surgindo a necessidade de repensar a prática docente, para que a ação se torne algo mais produtivo e dinâmico.


Para elaboração da presente proposta, buscaram-se alternativas para trabalhar o museu como uma continuação da escola, estabelecendo uma relação concreta entre a teoria e a prática, atrelando a teoria abordada em sala, com os experimentos observados no Parque da Ciência da UFVJM. Esta pesquisa busca reforçar a importância dos museus como espaços alternativos de aprendizagem e com a criação de um roteiro, induzir os professores a prepararem seus alunos, com a realização de atividades e discussões em grupos.

METODOLOGIA

Os passos seguidos nesta pesquisa para a elaboração e desenvolvimento do produto são descritos nesta seção. A elaboração do roteiro teve como base uma sondagem realizada com professores que haviam visitado o Parque da Ciência da UFVJM, através da aplicação de um questionário.

LEVANTAMENTO PRELIMINAR

O objetivo do levantamento preliminar é conhecer o perfil dos professores, a forma como são realizadas as visitas e entender como os professores conduzem os estudantes ao Parque da Ciência da UFVJM, analisando a ocorrência de atividades em sala de aula antes e após as visitações, para que se chegue ao produto da pesquisa.
O instrumento utilizado foi um questionário direcionado aos professores que trabalham nas escolas de ensino básico que visitaram o Parque da Ciência da UFVJM.

O questionário dispõe de perguntas sobre formação, atuação e tempo de trabalho como docentes, além de questões que buscam identificar o preparo dos estudantes antes das visitas ao Parque da Ciência e a continuidade dada no processo de ensino e aprendizagem após as visitações. Foi possível também, analisar a visão dos docentes com relação ao aproveitamento e a participação coletiva dos estudantes, a fim de identificar como os professores procedem e planejam suas atividades, ao direcionar os aprendizes a estes espaços.

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