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Maria

Uma jovem de família simples, esta é Maria, uma mulher, antes de tudo. Como tantas outras jovens daquela época, nasceu e foi educada por seus pais, seguindo a tradição judaica. As notícicas que temos sobre ela são poucas: algumas frases nos evangelhos, uma menção em Atos dos Apóstolos, “unânimes, perseveraram na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus…” (At 1,14).

Os textos apócrifos nos eferecem algumas informações sobre os seus pais: Joaquim e Ana, casal de idosos quando Maria nasceu. Esses documentos antigos também trazem a compreensão das primeiras comunidades cristãs sobre Maria: era a mãe de Deus, era virgem, não morreu, mas foi levada em corpo e alma para junto de Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – onde vive a plenitude das relações amorosas que já cultivava no mundo.

O evangelho de Lucas apresenta Maria na sua adolescência, prometida a José, quando, maravilhosamente – através de um anjo? – recebe a proposta de ser a mãe do Filho de Deus. Lucas, proveniente do mundo greco-romano, valoriza a participação de Maria neste evento. A ela é feita a proposta e o evangelista dá a entender que o mensageiro espera ansiosamente a sua aquiecência. A menina-mulher ouve, pondera, questiona: como isso vai acontecer?, aceita.

A sua aceitação permite que o projeto de Deus para o mundo e, em particular, para o ser humano tome forma e o Mistério da encarnação se dê na História das mulheres e dos homens. Através do Filho, Jesus Cristo, Deus continua a se revelar, a se comunicar à sua criatura, a lhe declarar o seu amor exagerado lançado[1] no meio da criação. Maria é um canal através do qual o amor de Deus se derrama, concretamente, no mundo. Através dela, Deus entra no mundo, faz-se nosso irmão e “arma” a sua tenda entre nós: mistério infinito de amor.

Mateus é o outro evangelista que narra os eventos da infância de Jesus. Como bom judeu, ele nos traz a “anunciação” feita a José, após Maria, sua noiva, “encontrar-se grávida por obra do Espírito Santo”. José havia decidido “despedi-la em segredo”, se fosse publicamente, Maria podia ser lapidada. Mas, em sonho, José recebe o anúncio do anjo sobre o filho que Maria espera. Somente então, decide recebê-la como esposa.

As comunidades cristãs já veneravam Maria como a Mãe de Jesus, o Filho de Deus. Mais tarde a Igreja a definirá oficialmente o dogma da Theotokos que, em grego, quer dizer “Mãe de Deus”. Isso se deu no Concílio de Éfeso, em 431. Essa afirmação da Igreja não causa dificuldades para as relações ecumênicas. Esse dogma, afirma que Jesus, além de ser divino é também humano, pois nasceu de uma mulher: Maria.

O Mistério da Encarnação tem, portanto, a colaboração desse ser humano, dessa mulher – uma menina ainda – que se abre para acolher graciosamente a proposta amorosa que lhe é feita. No fundo, essa é a imagem de todo ser humano que se abre com simplicidade para a vida, para os irmãos e para Deus. Acolher é uma arte que se aprende e se exercita integralmente: com a mente, com o coração, com o corpo. A mulher Maria, grávida e, depois, mãe é um símbolo dessa acolhida integral, perfeita, pois é uma acolhida livre, que não retém o objeto para o seu próprio desfrute. É acolhida que é dom para o outro, que recebe e entrega: dá à luz.

Essa é uma proposta para todos, não somente para as mulheres que, com o próprio corpo, podem acolher a semente da vida, custodiá-la, gestá-la na esperança de que cresça e, depois, no tempo oportuno, entregá-la ao mundo, mas é também para os homens, para todos aqueles que, independentemente da orientação sexual e das circunstâncias de vida, não tiveram ou nunca terão filhos, fisicamente.

            Acolher e dar-se: mistério de Deus, mistério de amor.


[1] Referência à música de Cazuza: Exagerado.

Por Áurea Marin Burocchi

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